sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Mallarmé revisitado 2




Brisa Urbana

Todos os livros são tristes, e a carne.
Há pássaros loucos no céu da cidade
babando a espuma do ódio
que move o sol e as outras estrelas.

Nos lagos do olhar afoga-se
uma cobra, nas dobras da memória.
Uma lâmpada fosca pende na rua
na noite nua e úmida como um túmulo.

A folha cinza brinca, múmia, à espreita
do poema tímido, sonâmbulo esqueleto
sem leito, âncora, num tédio imenso.

Danço a negra dança do destino,
canto os verdes hinos do desatino.
Sou um poeta pobre e sem brilho

oh minha alma sem martelo e sem bigorna.
Os mastros estão de rastros e não há mar

onde caiba o meu desgosto, a carne
um engodo e todos os livros, tristes.

_________

5 comentários:

  1. Meu querido Poeta
    Lindissimo poema...adorei.

    Beijinhos
    Sonhadora

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  2. MEU AMIGO
    Linda poesia.
    È bom vir aqui ler...e saborear...

    Cheguei ...
    A escola terminou por hoje e já estou a sentir o fim de semana...

    Com mais tempo mas com muito frio deixo para ti...um beijo e o que gosto de fazer...


    Poesia...


    SEGREDOS

    Segredos meus…
    Segredos teus…
    Segredos nossos…
    Mas sempre segredos…

    Segredos calados…
    Segredos sofridos…
    Segredos escondidos…
    Porque são só nossos…

    E nestes segredos…
    Que doem, por serem segredos…
    Não vamos contar…
    E vamos calar!...


    Lili Laranjo

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  3. Dançamos todos esta mesma dança, cantamos todos estes mesmos hinos... Somos poetas.

    beijo!

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  4. Nem verdades absolutas

    nem mares infinitos

    mas o sonho meu amigo

    esse sim

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  5. Para agradecer as amáveis visitas e felicitá-lo pela poesia que escreve.

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