quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Poética do podre
5
Clamam gnomos de óculos
em bosques de plástico
as árvores túmulos
as máscaras cólicas
minha imagem trágica
essa dor aguda
na cara nas nádegas.
O poema podre
a rima e seu logro
nada vezes nada
o poeta urbano
torto feio e sujo
com tais predicados
encolhe a palavra.
6
A rua estava triste, como sempre.
Anjos tocavam banjos? Bolas.
Flores de cera, murchas nádegas
chacoalhavam-se, vacas melancólicas.
E tu querias duas melancias, menina?
Enfia a cara onde quiseres, minha velha.
Estou bêbado de desejo! A quimera
do primeiro beijo, do último arquejo?
Quero uma gueixa que me console
me coce os pés e o sovaco, mais nada.
Por que as estrelas de outrora soluçam
atrás da porta que não há? Bolas.
Não há palavras que sufoquem
o sufoco em que vivo, ficha num arquivo.
__________
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Caraca! Nem me sinto apta a comentar.Gnomos de óculus? Bosque de plástico?Flores de cera?Tudo que era natural apodreceu e foi substituido por natureza morta? Apenas o desejo sobreviveu antes da morte.
ResponderExcluirAh amigo o poema é lindo demais,porém, sou meio lesada,mas, deixo aqui um beijo e um abraço num pedido de perdão por minha ignorãncia. snif