quarta-feira, 24 de março de 2010
Um soneto entre pedra e água
Um soneto entre pedra e água
Entre pedra e água está tudo que eu mais quis
e, se não quisesse, seria outra história, outra
invenção, com os fantasmas sob as escadas,
no vão das almas, em qualquer lugar nenhum,
para os liames do princípio ao fim, e quem que
entenda do traçado, padre, bispo ou os cavalos,
que venha destrinchá-los, e o mais são reservas
de paciência para o futuro abstrair, ou trair, sim,
que de traições é feita a vida, essa ferida bem mal
curada, sempre aberta, para o azul, o céu e o mar
que nos chama de longiperto, com as fauces loucas
às escâncaras, soltando fogo, chamando, chamando,
com insistência de velha a fiar o tempo na roca da vida
e babando a baba negra da morte, como um ácido fervendo.
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Sempre invejei (com o máximo de carinho) poetas que tecem sonetos. Adorei esse seu, cheio de imagens e entrelaces. Com um tema de mal-dormidas guerras então: ficou ótimo! Abraços!!!
ResponderExcluirsempre a pedra, a água, os sentires que perpassam as palavras; linhas com 'assunto' imaginativo, lento, farto
ResponderExcluirbeijo, gosto do soneto.
El
Do tabuleiro de xadrez ao xadrez que vida tece por trilhos entre "pedra e água" de um bonito soneto.
ResponderExcluirUm beijo
Gosto de poemas que na imagem da natureza nos mostra situações e analogias que vivemos na vida prática, no ir e vir e chocar com as pedras nas corredeiras. Parabéns por este soneto muito bonito e bem escrito..
ResponderExcluirlindissíma poesia, adorei o seu blog, irei seguir com imenso prazer.
ResponderExcluirBom fim de semana.
Um abraço
Maria
José Carlos
ResponderExcluirEscrever poesia com a água como tema é muita magia
Um beijo de Aveiro para aí...
.....
Fiquei-me por estye poema lindo...