quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Carlos Drummond de Andrade e Gregório Vaz




O POETA FEDERAL

O poeta federal tira ouro do nariz.
Foi apenas blague, Drummond
ou sabença de mais valia
de vida e poesia

sem alheamentos
e porosidades vãs?
O poeta colhe, do nariz
o ouro. De onde

o colheria? De que palpite
infeliz? De que feliz
alvenaria? A poesia
fede e cheira. É vida

completa: pérolas
e dejetos. O poeta
tira ouro do nariz
tira o ouro onde estiver.

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