Então você ouve a descarga,
a música fúnebre de descarga
da privada
e será
como se todas as suas palavras se espiralassem
ali
com as suas fezes
gritando o seu desespero inútil.
Você sente no vazio do estômago,
nos olhos vazios,
nos ossos
a fome, a angústia da fome
de qualquer impossível humanidade.
Você vai se agarrar à cama
olhando o teto frio
olhando a sua solidão sem remédio.
Você pede a Deus que lhe devolva as palavras,
mas para quê?
o que você faria com as malditas palavras?