domingo, 27 de maio de 2012

MAVUTSINIM

                                              MAVUTSINIM


Eu, Mavutsinim, o primeiro homem

a pisar este chão abençoado,
fui só como o horizonte do infinito.

Senhor do universo, criei de uma concha
a mulher que o meu corpo reclamava.

A beleza tem forma, na verde luxúria
das ervas resinosas que nos acolheram.

O espírito do sol e o espírito da lua
pousaram sobre nós a sua luz.

O ventre da mulher cresceu como o húmus
fertilizado pelas águas vermelhas.

Ergui nos braços o meu filho varão
em oferenda à estrela da montanha.

E seguimos as sendas, que eram nossas.
A mãe voltou à sua aldeia, a lagoa,

e encantou-se, na concha de que viera.
Os índios são os filhos do meu filho.

Eu, Mavutsinim, cumpri o meu destino.





sábado, 26 de maio de 2012

A LIBÉLULA


A libélua
se reflete no lago.

A montanha
se reflete no lago.

O cavalo, o beija-flor e a borboleta
se refletem no lago.

E chamamos a libélula
de efêmera





sábado, 19 de maio de 2012

COMPASSO


O país saiu dos trilhos
Os mortos estão com as vísceras de fora
Do caos espacial você olha a terra azul
Murmura: a esperança é a última que morre
E se enforca nas cordas do violão




domingo, 13 de maio de 2012

quinta-feira, 3 de maio de 2012

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