
Muito se definiu o grande amor,
luz da tua e da minha vida amara!
Porém, o que de fato bem se encara
é essa nossa vidinha sem sabor.
Sai da cozinha, meu bem, lava a cara
do alho e cebola, tira esse fedor.
E depois, para a cama, com fervor!
Sempre é a hora do gozo, que não pára.
O resto é um saco, não se agüenta em pé
seja rica a panela ou santa a fé.
Não desfaças do amor, que é tudo, oh minha!
Nada e tudo que cada um tem e tinha,
uma coisinha reles, ordinária,
o amor é uma neurose necessária.
in Exílio, Massao Ohno Editor, SP, 1983.
Nossa! Muito bem definido e bem construído o amor por Gregório. Sensacional. beijo.
ResponderExcluirVocê já me presenteara, GV, com esse excelente soneto lá no bar. Releio-o e gosto mais ainda.
ResponderExcluirEita, poeta bão!
José Carlos
ResponderExcluirSomos mesmo grandes.
E temos uma capacidade de sonhar, sofrer ,recordar e gostar...
ENORME...eu sou assim ...
Um beijo muito grande
gostei da poesia que li...aqui.
É isso mesmo, Brandão, o poeta não vive nas nuvens, como muitos pensam; ele também conhece a realidade árida do quotidiano, e, se não vê beleza nessa realidade, também não a deixa fora de sua poesia, porque é sua missão falar sobre a vida, de sua riqueza e de sua miséria.
ResponderExcluirUm abraço.
Grande poeta!
ResponderExcluir"... não desfaças do amor, que é tudo..."
oh!, José
o mais, não se sustenta em pé.
um abraço!