Os mortos são
sombra, Mavutsinim,
e sonhas a seiva
do ar, o fogo do espírito.
Os tronos de
kuarup pintados, adornados
de penas de
arara e fios de algodão
foram fincados
na praça da aldeia
e os maracá-êp
cantavam sem cessar
chamando-os à
vida, à luz rubra do sangue.
Não choremos os
mortos, é dia de festa.
Os mortos
reviverão, com a força do sol.
Cantemos,
irmãos, alegres cantemos.
A madeira verde
se faz carne e dança
com os nossos
cânticos jubilosos.
Mas os mortos
são sombra, Mavutsinim,
e é sombra o nosso
apelo fementido.
São os convivas
da morte, os mortos.
O kuarup é a sua
festa, são as flores
de cânticos e
danças às sombras
dos mortos que
não mais retornarão.