Onde Uatsim, o
meu amigo tão amado?
Por que não
volta para comigo se encontrar?
Quando ouvirei
o riso dos espíritos,
no dia em que
o sol, negro, não brilhar?
Quando irei
com a sombra do meu amigo
à festa da
luta contra os pássaros?
Os espíritos
tornam-se cobras, à noite,
e eu,
Aravutará, não tenho medo.
Os sapos
matarei, com minha borduna,
e os
caranguejos ferozes, com os pés.
Construo forte
ponte sobre o córrego
e apago o fogo
que amedronta os mamaés.
Mas onde o meu
amigo, que não vem?
Quero a seu
lado lutar contra os pássaros,
a arara, o
jaburu, o tucano, o recongo.
Quero encher
de penas o meu tuavi.
A minha flauta
tocarei para me defender.
Verei o gavião
grande comer os mamaés,
que perecem
para sempre no dia negro
quando celebram
a sua festa da morte.
O meu amigo
não se vá com o gavião,
quero ver o
meu amigo evolar-se no ar azul.
Por que não
vem para comigo se encontrar,
Uatsim, o meu
pobre amigo tão amado?
Onde os vastos
e velhos campos da morte
unem-se aos
nossos verdes campos da vida?
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