domingo, 27 de maio de 2012

MAVUTSINIM

                                              MAVUTSINIM


Eu, Mavutsinim, o primeiro homem

a pisar este chão abençoado,
fui só como o horizonte do infinito.

Senhor do universo, criei de uma concha
a mulher que o meu corpo reclamava.

A beleza tem forma, na verde luxúria
das ervas resinosas que nos acolheram.

O espírito do sol e o espírito da lua
pousaram sobre nós a sua luz.

O ventre da mulher cresceu como o húmus
fertilizado pelas águas vermelhas.

Ergui nos braços o meu filho varão
em oferenda à estrela da montanha.

E seguimos as sendas, que eram nossas.
A mãe voltou à sua aldeia, a lagoa,

e encantou-se, na concha de que viera.
Os índios são os filhos do meu filho.

Eu, Mavutsinim, cumpri o meu destino.





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