
Morro ontem, renasço amanhã
e a todo vapor
uma flor na boca
uma lagartixa nos cabelos
irracional e belo como a primeira manhã
a primeira mulher, o primeiro poema.
Renasço com asco e faço
de um estopim na perna de um pato
de uma pomba
a beleza do amor que morre
e ressurge das cinzas.
Morro triunfalmente
e volto, corro pelas ruelas de Paris
Estocolmo e Lisboa gris.
O poeta mexe com seu pauzinho torto
a sopa de palavras e o poema
é a única realidade provável.
Morro e renasço
estúpido, estupendo, fenomenal.
Vou e fico
com cupido, mil estampidos
e as cáries dos dentes da Mona Lisa.
As rugas, perucas, sanguessugas
babando a loucura
lógica e pura.
Viva a poesia! Morram
os urbanos comedores de olhos!
Abaixo tudo que está acima
da sensibilidade e seus guizos
de festa ingênua, bucólica
e fora com todas as cólicas!
Civilizações! Saiu tudo pelo avesso
o defunto nem está fresco nem seco
mas é defunto, enorme e imundo presunto
mundo mundo sem rima nem cão.
Viva o sonho
o gato, a lebre, a presunção.
______________________
in Exílio, 1983.
Olá meu novo amigo.
ResponderExcluirNão tenho nada a declara.
Pois se trantando desse excelente poeta.
Uma semana de muita paz, amor e luz.
Parabéns pelo gosto de postar mais uma obra dele.
Fique na paz.
Beijinhos de glorias e bençãos.
Regina Coeli.
Aguardo sua visita ao meu cantinho.
insano
ResponderExcluirAdorei________simplesmente!
ResponderExcluirUm beijo meu
Muito bom! Poesia mesmo! Gostei muito! Abraço
ResponderExcluireu ando por aqui desde o princípio, em buisca da heteronimia. acho que a encontrei hoje.
ResponderExcluirbeijo, Gregório:)
E viva a poesia!!!
ResponderExcluirbeijo!