sexta-feira, 23 de abril de 2010

A chuva, oras.

Chove lá fora
Como um cachorro.
O mundo não vai acabar
Apesar do vulcão.
Quem nos salvará?, perguntamos
E engolimos facas
E biscoitos do improvável.
Que poeira terrível,
Que cinza densa me sufoca,
Torna-se vidro
E tritura a minha alma.
Vontade de me jogar do alto de uma árvore
Para dentro de um lago suave.
Meu barco está ancorado
Porque não há timão que o governe
Quando navega.
Verlaine,
Onde Verlaine entra na história?
Ouço violinos e ciprestes
E pedras e cabras.
É João Cabral chamando-me à realidade?
É Rimbaud com suas aranhas
Devorando violetas?
O vento me leva,
E eu sei que a poesia
É água furando a pedra dura.

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