CÓDICE
A biblioteca
arfa, tantos pulmões.
Quantos
pássaros, planetas, estrelas e caos
respiram ali.
Quanto sangue escorreu
para jamais. O
universo arfa.
Sou o mártir
dessa pedra? Que febre
me sustém? Que
forja?
Ouça os
búfalos do espanto.
Ouça a lagarta
devorando a rosa.
Os cavalos
sacodem a ponte sobre o abismo.
Os livros
arfam, sangram, morrem e ressuscitam.
As palavras
são coisas e vivem, quase eternas.
Não existe
remissão, não querem remissão.
A poesia é
insuficiente, a poesia prepara o fim do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário