quarta-feira, 7 de novembro de 2012

CÓDICE






CÓDICE

A biblioteca arfa, tantos pulmões.
Quantos pássaros, planetas, estrelas e caos
respiram ali. Quanto sangue escorreu
para jamais. O universo arfa.

Sou o mártir dessa pedra? Que febre
me sustém? Que forja?
Ouça os búfalos do espanto.
Ouça a lagarta devorando a rosa.

Os cavalos sacodem a ponte sobre o abismo.
Os livros arfam, sangram, morrem e ressuscitam.
As palavras são coisas e vivem, quase eternas.
Não existe remissão, não querem remissão.
A poesia é insuficiente, a poesia prepara o fim do mundo.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Visualizações de páginas da semana passada