segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Soneto do sol da meia-noite



Gosto do teu perfume vagabundo,
excita-me esse cheiro nauseabundo.
Tua nudez mulata, saborosa,
imaginá-la apenas, já se goza.

Eu possuo o teu corpo delirante,
arfando numa cama de bacante.
Ondulas como uma serpente, suando,
num incessante orgasmo agonizando.

Tua volúpia trêmula de medo
me transforma num lúbrico morcego.
Quero os dentes cravar com toda fúria

no teu pescoço, seios, sexo e boca.
O teu sangue fervente de luxúria
quero sugar até a última gota.

_________________

Sete sonetos em estado de graça, in Exílio, 1983.

2 comentários:

Visualizações de páginas da semana passada