sábado, 21 de novembro de 2009

Poética do podre




1

A cidade se enrosca
na garganta
dos homens, sangra
abóbora podre
sem nome, angústia
convulsa. Ladra
cadela no cio.
Galope
de vômitos frios
oh micróbios
cospe
engole
dá na mesma
é sempre a mesma
mole massa sebosa
escarro na tumba
tombo no ultraje
traje de quimera
e gosma, gosma
que corta, estraçalha
o ser. A linguagem
que o ser, ce cangalhas
procura.


2

Quero o podre
ao sol. Saudável

luz rebenta, como o trigo
com o olhar. Quero o podre

exposto, doendo, remoendo
os ventres, a fome. Quero a fome

a luz nos ventres, o parto
da dor. O olhar rebenta

o podre, vau, vulgo, vulva
brotos brotam, não? Por isso

por aquilo, de vão a vão
bojo, cós, fole e podre a podre

a esperança caminha.

----------

(cont.)

4 comentários:

  1. JOSE CARLOS

    A altura foi má mas eu consigo sempre... mesmo debilitada...
    O meu Livro
    MAGIA DE NATAL está quase pronto.
    Conto fazer o lançamento no próximo sábado.
    É mais um sonho concretizado

    ACHADOS


    Pedras e pedrinhas...
    Encontro no meu caminho...


    Pérolas e diamantes...
    Encontro nas vitrinas...


    Ostras e ostrinhas...
    Encontro junto à praia...


    E, não encontro...
    O que procuro...


    Mas... vou procurar...
    Porque sei que vou achar...


    LILI LARANJO

    ResponderExcluir
  2. Maravilhoso no ritmo, na aliteração e na originalidade das metáforas.

    Obrigada!

    ResponderExcluir
  3. JOSÉ CARLOS
    Também eu quero deixar ...algo no meu caminho


    um beijo

    ResponderExcluir
  4. Olá Gregório! Vim trazer o convite do aniversário do meu blog que completa 1 ano. Gostaria de partilhar esse momento tão importante com vc. Para homenagear os amigos bolei uma "árvore bloguealógica" Seu nome com seu link está nela. Tem selos comemorativos tb. Te espero amigo! bjão e obrigada por tudo

    ResponderExcluir

Visualizações de páginas da semana passada