
Procurei de prostíbulo em prostíbulo
o teu amor, que a terra há de comer,
e o sexo, mas com muito mais prazer.
O que encontrei? O meu próprio patíbulo.
Visitei as alcovas mais sagradas,
em algumas gozei já no vestíbulo.
Visitei o mais imundo cubículo
e todas as mulheres depravadas.
A vida pode ser procura inócua,
o que se encontra é sempre a mesma nódoa.
A glória às lendas do sublime amor!
Que eu sempre encontro, sem tirar nem pôr,
na encruzilhada do desígnio porco,
o teu pasmado olhar de peixe morto.
Sete sonetos em estado de graça, in Exílio, 1983.
Da procura se fez esses versos, o encontrar agora pouco importa.
ResponderExcluir