quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Elegia de Finados

A beleza sorri para a morte na varanda,
entre as acácias à beira-mar e à beira-noite.

Estou habitado de ruínas,
alguns fantasmas, pouca cinza.

No limite da montanha uma deusa nua
me oferece o seio,

um pote de mel
e uma gaivota voando sobre a história.

Os dedos de um velho, ocultos sob as barbas,
tecem

imperceptível
a rede do tempo.

A beleza me estrangula, seu diamante implacável.

Uma pétala na taça de vinho, a rosa imarcescível
e o pão nos lábios como uma palavra.

01-11-07

José Carlos Mendes Brandão

2 comentários:

  1. meu querido Poeta
    Como sempre os seus poemas, dizem tanto nas entrelinhas, adorei.

    beijinhos
    Sonhadora

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  2. José Carlos!

    O Finados passou a ter um novo sentido depois do Gregório Vaz.

    Genial!

    Beijos, poeta!

    Mirze

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