sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

CAIU O PANO




As balas passavam sobre nossas cabeças
incrustavam-se na parede
o reboco caía

Os seus olhos brilhavam como estrelas
você chorava
com toda a ternura do mundo nos olhos

Um estilhaço abriu o seu peito
uma mancha de sangue escorreu até o chão
a sua boca aberta de espanto

Acabou-se a viagem? O que faremos agora?
Era muito cedo para morrer
mas não nos restava outra alternativa

O sangue jorrava do meu pescoço
em golfadas iam-se todas as palavras
e a vida

Segurei a sua mão
você segurou a minha mão
Vamos de mão dadas, dissemos

e caiu o pano



2 comentários:

  1. poesia de encontro, mãos dadas e no fundo eu ouvi uma canção de paz!

    beijos

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  2. Lindo de Morrer!

    O "Cair do pano" sempre nos pega desprevenidos.
    Na vida, no teatro é alívio!

    Beijos, poeta!

    Mirze

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