Quando quero escrever um poema as minhas mãos não
me obedecem, os meus dedos parece que vão se quebrar
e os meus olhos turvam-se para que eu não veja o papel
inútil sobre a mesa.
Que não reste de mim senão o silêncio.
Não tenho outra herança para deixar aos homens e à
cidade senão o silêncio.
O meu corpo sabe e obedece: o silêncio diz tudo.
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