
Eu sou o que morreu assassinado
numa noite de orgia, sobre um túmulo,
entre uma deusa fria e um triste súcubo,
por sete negras lanças transpassado.
O desejo de amar foi meu pecado:
eu amei com o sangue erguendo o músculo
sem detença, sem sombra de crepúsculo.
Por acerto, morri crucificado.
Não foi o ledo engano camoniado,
mas o cruel festim dos assassinos
numa história que nada tem de humano.
Os juízes com caras de suínos,
cantaram o Te Deum a todo pano,
pois se consomem nossos desatinos.
Sete sonetos em estado de graça, in Exílo, 1983.
meu caro poeta Gregório
ResponderExcluirme vanglorio por lê-lo
e, ao "vivo", conhecê-lo
ainda que, homônimo, não
possas sê-lo...
noutros tempos
montaríamos uma banda de
punk rock
abraços!!
Forte e gostoso!
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