Queimei o meu caderno de poemas.
Queimei o meu diário.
Queimei o meu álbum de fotografias.
Os maiores poetas queimam as suas obras
ou mandam queimar – mas não são obedecidos.
Os maiores poetas se queimam com as suas obras
ou são queimados vivos com elas.
Os poemas, a memória, as imagens são cinza
que o fogo consome.
De nós nada mais restará que a cinza
– uma pouca cinza fria.
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