O poema destrói a estrutura do meu corpo
e o mais íntimo de mim, o que eu sou, no corpo.
O poema é uma pedra sobre o meu corpo.
É feito de palavras, que são pedras,
e me cobrem, completamente.
Como conformar-me à forma alheia
no espelho, como se fosse minha?
A palavra, com sua carga de inutilidade,
me tenta, quer reerguer-me de minhas ruínas.
As ruínas são o meu próprio ser
ainda que ruínas do meu próprio poema,
cacos de palavras, pedras sobre pedras.
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