O maior prazer do mundo
é o corpo da mulher
depois um bom prato de comida
ou antes, que ninguém é de ferro
e saco vazio não para em pé
Gosto de olhar o céu
mesmo atrás das grades
o céu é sempre azul
mesmo quando chove
gosto demais da chuva
mesmo quando mata gente
a morte é uma consequência de estar vivo
Gosto de um bom livro
quem lê um livro conhece um homem
ideias grandezas misérias
toda uma concepção do mundo
embutida em umas quantas páginas
inúteis, mas tudo é inútil neste mundo
Gosto do meu cachorro
que não tenho
tenho pavor de cachorro
não suporto gato, esse ar de dono do lar
gosto do meu canário
o único mal é a prisão
eu até o soltava se isso não o matasse
o fim da prisão é a morte da alma
Terrível isso
o fim da prisão é a morte da alma
Gosto de música
gosto de uma árvore
mas sobretudo gosto de gaiola
se não fosse a gaiola o que seria da alma?
ou quebrada a gaiola a alma estaria livre enfim?
Dos simples prazeres da vida à complexidade da(s) dependência(s) do homem.
ResponderExcluirLi e reli. Uma bela construção poética.
L.B.
Meu querido Poeta
ResponderExcluirHoje deixando apenas beijinhos
Sonhadora
Lindo poema, onde pulsa a vida para quem pode ainda ter o que a vida oferece como prazer.
ResponderExcluirBelíssimo!
Beijos, poeta!
Mirze
P,S. Também adorei o prisioneiro.