O DILÚVIO
a menina está de cama com febre
e sonha com um dilúvio
a casa navegando como a arca de Noé
quando acordou a casa navegava
com alguns bichos e ela
passou uma mulher com um cachorrinho
mas não passou Tcheckhov
nem Moby Dick
a cultura morreu afogada
Quando chegou Moisés já era tarde
nem o cabelo de Sansão se salvou
nem a língua de Dalila
ou a bandeja de prata de Salomé
a menina ficou abandonada no mundo
sozinha para criar uma outra humanidade
mas feliz da vida porque estava viva
e antes só do que mal acompanhada
Gregório Vaz
menina realmente linda essa - construir outra humanidade...realmente é uma esperança que precisamos ter.
ResponderExcluirMUITO BOM!
ResponderExcluirÉ sempre preciso pensar assim. RE-CONSTRUIR!
Beijos, poeta!
Mirze